sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Luciano Trigo critica o vale-tudo na arte contemporânea

O jornalista Luciano Trigo critica o vale-tudo na arte contemporânea

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1167581-7823-JORNALISTA+CRITICA+O+VALETUDO+NA+ARTE+CONTEMPORANEA,00.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cenógrafo português

http://www.dsway.co.uk/castanheira/ - vale cada segundo dedicado ao site.

A parte da cenografia é fantástica!
Arranjem um tempo para uma boa navegação.

José Manuel Castanheira (Castelo Branco, 1952) é um cenógrafo português.
Licenciado em Arquitectura pela ESBAL, é professor de projecto e cenografia desde 1982 na Faculdade de Arquitectura de Lisboa/UTL. A sua obra é caracterizada pela diversidade e interdisciplinariedade das àreas que aborda, nomeadamente a Cenografia do Espectáculo, a Arquitectura Teatral, a Cenografia de Exposições e a Pintura.

abraços,
Celso

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA - EDUCAÇÃO CONTINUADA
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL/ULBRA/CANOAS/RS
CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

PROMOVEM:

CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA - EDUCAÇÃO CONTINUADA

LEITURAS PREPARATÓRIAS PARA O INGRESSO EM CURSOS DE MESTRADO E DOUTORADO
EM EDUCAÇÃO


Prof. Celso Vitelli

Quinto encontro: Cultura Visual. Canoas, 9 de dezembro 2009
LOCAL: SALA 55 DO PRÉDIO 11, das 17 às 19h - ULBRA/CANOAS

É gratuito e será fornecido certificado de participação!
São 30 vagas!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Circo Fellini em Porto Alegre

Mostra Circo Fellini em Porto Alegre - de 18/09/09 até 17/11/09.

Sessões de filmes GRATUITAS.

Para visitar a exposição com os desenhos de Fellini paga-se R$ 5,00.
Confiram todas as sessões de filmes no site:
http://www.circofellini.com.br

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Novo livro sobre Cultura Visual

MARTINS, Raimundo; TOURINHO, Irene [Orgs.]. Educação da Cultura Visual: narrativas de ensino e pesquisa. Santa Maria/RS: Editora da UFSM, 2009.

terça-feira, 18 de agosto de 2009



O artista Frank Warren desenvolve um projeto de mail art Post Secret. Ele recebe postais em que pessoas [anonimamente] revelam seus segredos. O Post Secret iniciou em 2007. O Blog do projeto teve muitos comentários, assim, criou-se o fórum postsecretcommunity.
Ele lançou alguns livros como:
My Secret, de 2006

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


As fotos [trípticas] de David Hilliard - visite o site do artista (link à direita)

sábado, 8 de agosto de 2009

7ª Bienal do Mercosul oferece Curso de Formação de Mediadores e Professores-mediadores

Veja no site do Arte na Escola:
artenaescola.org.br

7ª Bienal do Mercosul oferece Curso de Formação de Mediadores e Professores-mediadores
De 23/07/2009 a 08/10/2009
Porto Alegre, RS

A partir do dia 23 de julho, professores interessados em fazer a mediação de seus próprios grupos de alunos durante a 7ª Bienal do Mercosul podem participar do Curso de Formação de Mediadores e Professores-mediadores. O curso vai até o dia 8 de outubro de 2009.

Os participantes terão, em média, duas aulas por semana (quartas e quintas-feiras), realizadas no Auditório do ICBNA - Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano – Rua Riachuelo, 1257, no centro da capital. As turmas serão divididas entre os turnos da manhã - com aulas das 8h30min às 12h, e noite - das 18h30min às 22h.

As vagas para professores são limitadas – cerca de 70 por aula, e serão preenchidas por ordem de chegada. A inscrição será feita no local. A programação disponível para os professores pode ser acessada através do site www.bienalmercosul.art.br/mediadores. A primeira aula acontece no dia 23 de julho, com a participação da curadora-geral da 7ª Bienal do Mercosul, Victoria Noorthoorn.

O objetivo é capacitar pessoas para o atendimento de grupos e visitantes durante as exposições da 7ª Bienal do Mercosul, que acontece de 16 de outubro a 29 de novembro, em Porto Alegre. O curso é gratuito e contempla aulas teóricas sobre as diferentes linguagens contemporâneas e abordagens presentes no projeto curatorial, além de aulas práticas, especialmente para experimentação de propostas dos materiais pedagógicos e encontros com artistas e curadores. Também está prevista a realização do projeto Vivências nas Escolas, que possibilita o contato próximo entre mediadores e escolas da rede municipal de ensino de Porto Alegre.

Além de mediadores e professores, demais interessados no curso podem ter acesso, no turno da noite, à transmissão simultânea das aulas através do site da Bienal – www.bienalmercosul.art.br com tecnologia disponibilizada pela PROCEMPA.

Fonte: http://www.bienalmercosul.art.br/

Local: Auditório do ICBNA - Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano

Endereço: Rua Riachuelo, 1257

Horário: das 8h30min às 12h, e noite - das 18h30min às 22h

Site: http://www.bienalmercosul.art.br/











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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Roberto Burle Marx 100 anos: a permanência do instável

Roberto Burle Marx - Roberto Burle Marx 100 anos: a permanência do instável

Curadoria de Lauro Cavalcanti
lançamento_ 16/07/2009, quinta-feira, 20h
exposição_ 17/07/2009 a 13/09/2009



segmento_ pintura, gravura, arquitetura

local_
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM SP
Parque Ibirapuera portão 3 - Ibirapuera
São Paulo / São Paulo / Brasil
55-11-5085-1300
55-11-5085-2342
imprensamam@mam.org.br
www.mam.org.br


horários_
Terça a domingo e feriados, 10-18h

terça-feira, 7 de julho de 2009

Qui a peint ce tableau ?

Façam, o teste.

Cliquem abaixo e descubram como estão os seus conhecimentos sobre história da arte.

http://www.linternaute.com/sortir/questionnaire/fiche/9999/1/d/f/

sábado, 6 de junho de 2009


A pintura de Luc Tuymans é basicamente figurativa. Isola imagens ou partes das mesmas, retiradas de fotografias, da televisão ou do cinema dando-lhes um novo aspecto e sentido. Para tal usa as técnicas fotográficas ou cinematográficas como a repetição, o close-up, o crop, etc. Um traço de união entre as suas obras parece ser a monocromia que ostentam, como se um véu pálido as tivesse coberto.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Banksy


Banksy é um artista de rua inglês, cujos trabalhos em stencil são facilmente encontrados nas ruas de Londres. Sua identidade é incerta, não costuma dar entrevistas e fez da contravenção uma constante em seu trabalho, sempre provocativo. Nem os pais dele sabem da fama do filho: "Eles pensam que sou um decorador e pintor". Sua obra vai além de "figuras nas paredes", recentemente ele trocou 500 CDs da cantora Paris Hilton por cópias adulteradas em lojas de Londres, e colocou no parque de diversões Disney uma estátua-réplica de um prisioneiro de Guantánamo. Suas obras são conhecidas por serem carregadas de conteúdo social, sempre fazendo críticas a todos os modos de repressão existentes na sociedade.

Para mais imagens e informações acesse o próprio site do artista:
http://www.banksy.co.uk/menu.html

domingo, 3 de maio de 2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

7ª Bienal do Mercosul
Destaques desta edição:
• A 7ª Bienal propõe uma guinada metodológica: um sistema centrado nos processos de criação – mais que em temas específicos – onde ação e reflexão (Grito e Escuta) operam como as ferramentas a partir das quais a Bienal se articula em sua totalidade.
• Ênfase na riqueza e complexidade do olhar artístico, refletindo sobre o papel que os artistas desempenham no mundo contemporâneo. Revalorização do artista como um ator social e constante produtor de um sentido crítico necessário.
• Equipe curatorial formada totalmente por artistas, com exceção de Victória Noorthoorn, curadora independente.
• Sete exposições e três programas: Projeto Pedagógico, Editorial e RadiovisuaL
• Curadoria pedagógica com aplicação de propostas educativas desenvolvidas por artistas em projetos de residências
• Curadoria editorial responsável pela comunicação do evento
• Programas culturais que envolvem a comunidade e a RadiovisuaL, com conteúdo produzido por artistas
• Convocatória aberta a artistas do mundo inteiro para uma das exposições

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Escultor Frank Plant


Visitem o Blog do escultor americano Frank Plant. Têm trabalhos muito legais!
http://www.hierroglyphic.blogspot.com/

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vejam a Exposição e assistam o vídeo: Rumos Artes Visuais 2008/2009 : O que é arte contemporânea?

http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2787&id=001201&titulo=&auto=1

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Filme: O Equilibrista

Revista BRAVO! | Abril/2009
Crítica - Um Crime Artístico
O Equilibrista, ganhador do Oscar de melhor documentário, conta a história de uma manhã inesquecível nas Torres Gêmeas

Por André Nigri

Na manhã do dia 7 de agosto de 1974, algumas pessoas olharam para o alto das duas torres do World Trade Center, localizadas no sul da ilha de Manhattan, em Nova York. Não era, em um primeiro momento, fácil identificar o que se passava a mais de 400 metros de altura. Havia um fio e uma espécie de vara sobre ele. Com as nuvens se dissipando e o sol do verão se abrindo, os nova-iorquinos pareciam não acreditar no que viam. Mas eles se maravilharam, assim como o mundo inteiro, quando as imagens foram divulgadas pela televisão. Lá em cima, um jovem francês chamado Philippe Petit caminhava sobre um cabo de ferro suspenso entre as duas torres. Andou por cerca de uma hora. Há momentos em que ele se senta, outros em que se deita sobre o arame. Numa atitude de irreverência, ele acena para os policiais, que subiram para persuadi-lo a dar o fora dali. Àquela altura, no entanto, o espetáculo estava feito, e Petit já ganhara os corações dos milhares de cidadãos de Nova York — que sorriam, entre incrédulos e encantados, com o que logo depois seria considerado o maior "crime artístico" do século 20.

Essa magnífica história é contada no documentário O Equilibrista, de James Marsh, vencedor do Oscar deste ano. Marsh mostra, 34 anos depois, os personagens envolvidos na loucura de Petit. Não só o equilibrista, que simbolizava nos anos 70 a rebeldia jovem da década, mas também seus companheiros. Ele reconstitui minuciosamente como a turma planejou e conseguiu burlar a vigilância do WTC. Petit já colecionava outros feitos. Entre eles, atravessar a catedral de Notre-Dame (entre as duas torres da igreja), em Paris, e a famosa ponte de Harbour (entre suas duas estruturas metálicas), em Sydney, na Austrália — nos dois casos caminhando sobre o arame.

Produzido para a BBC e Discovery, O Equilibrista segue a linha de documentários que não se furtam a recorrer a reconstituições fictícias para completar a história. Se bem usado, como no caso do filme de Marsh, o recurso enriquece a produção por se aproximar da verdade sobre a história. Usando atores nas cenas, o filme reconstitui, por exemplo, o momento em que Petit e um colega se escondem de um guarda sob uma lona no último andar do WTC.

O Equilibrista concorreu ao Oscar com outros quatro documentários. Dois deles abordavam temas caros aos EUA: o furacão que devastou Nova Orleans (As Águas de Katrina) e a Guerra do Vietnã (The Betrayal). É o caso de perguntar por que os feitos de um francês tiveram maior apelo para a Academia. Além da inegável qualidade do filme, é inevitável lembrar que, 34 anos depois, numa manhã igualmente ensolarada do dia 11 de setembro, as torres que serviram para o maior "crime artístico" do século 20 foram o alvo do mais brutal atentado contra a vida humana nos últimos tempos.

O Filme
O Equilibrista, de James Marsh. Estreia prevista este mês.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Peter Greenaway tenta elucidar mistérios da vida de Rembrandt

Peter Greenaway tenta elucidar mistérios da vida de Rembrandt

Publicada em 06/09/2007 às 16h56m
Reuters/Brasil Online

VENEZA - O diretor britânico Peter Greenaway, em seu filme mais recente, tenta elucidar os elementos desconhecidos que cercam Rembrandt e um de seus quadros mais famosos, sugerindo que o fato de o artista ter acabado a vida na penúria pode ter sido fruto da ação de inimigos. "Nightwatching" é uma história sobre como foi encomendado o quadro de Rembrandt da Milícia dos Mosqueteiros de Amsterdã, conhecido como "Ronda Noturna", e explora os segredos que o artista pode ter revelado na obra-prima. A pintura vem deixando historiadores da arte perplexos há séculos, e Greenaway disse que sua teoria é tão válida quanto qualquer outra.

"É claro que já foram propostas inúmeras teorias, mas, com este filme, gostaríamos de aventar outra", disse Greenaway a repórteres em Veneza, onde o filme integra a competição principal do Festival de Cinema da cidade.

"A história não existe - existem historiadores, apenas. Não posso provar cada fato, mas vocês tampouco os poderão desmentir."

Ele disse que existem pelo menos 51 "mistérios" no quadro, incluindo a garota ou o anão em meio à multidão de homens, o significado de um mosquete sendo disparado, se duas das figuras masculinas principais estavam tendo um caso e se um homem no fundo do quadro, com um olho visível, seria um auto-retrato do artista. No filme, Rembrandt aceita com relutância a encomenda de pintar os pomposos mosqueteiros, mas, ao mesmo tempo em que zomba de seus ares imponentes, insere acusações de assassinato na obra. O filme lança a hipótese de que o equivalente à "turma das boates" da Amsterdã do século 17 tenha procurado arruinar Rembrandt como vingança, sujando sua reputação e tentando cegá-lo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Arte Contemporânea - Referências

Arte Contemporânea
AMARAL, Aracy. Textos do Trópico de Capricórnio. Vol. 3: bienais e artistas contemporâneos no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2006.
ARCHER, Michael. Arte Contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CAIAFA, Janice. Nosso Século XXI: notas sobre arte, técnica e poderes. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000.
CHIARELLI, Tadeu. Arte Internacional Brasileira. São Paulo, 1999.
CRIMP, Douglas. Sobre as Ruínas do Museu. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CONDURU, Roberto. Arte Afro-Brasileira. São Paulo: C/Arte, 2007.
FARIAS, Agnaldo; ANJOS, Moacir dos. Geração da virada, 10 + 1: os anos recentes da arte brasileira. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2007.
GULLAR, Ferreira. Etapas da Arte Contemporânea. São Paulo: Nobel, 1995.
HONNEF, Klaus. Arte Contemporânea. Colonia: Taschen, 1992.
JEUDY, Henri-Pierre. O Corpo Como Objeto de Arte. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.
OBRIST, Hans Ulrich. Arte Agora! São Paulo: Alameda, 2006.
RAMOS, Alexandre Dias. Mídia e Arte: aberturas contemporâneas. Porto Alegre: Zouk, 2006.
SHUSTERMAN, Richard. Vivendo a Arte: o pensamento pragmatista e a estética popular. São Paulo: Ed. 34, 1998.

Conferencia Mundial de Educación Artística UNESCO

de América Latina y el Caribe
en convenio con la Alianza Mundial
para la Educación Artística
Preparatoria
para Conferencia Mundial
de Educación Artística
UNESCO Seul Corea 2010

20-23 de noviembre de 2009 Corferias.
Bogotá - Colombia - Suramérica

Ver PDF del Evento
Watch Event's PDF
Veja o PDF do evento

domingo, 12 de abril de 2009

HANNAH HOCH 1889-1978


COLAGENS: HANNAH HOCH 1889-1978
Catálogo que fazia parte de um programa de exposições, e que esteve presente na Fundação de Serralves de 2 de Março a 22 de Abril de 1990. Inclui documentação biográfica, bibliografia e reproduções. Textos de Gotz Adriani, Eberhard Roters, Karin Thomas, Peter Krieger.

Pintura de Matthias Weischer

Texto de Laura Vinci

A maior violência contra a arte é querer falar dela sem ela
A artista Laura Vinci rebate críticas de Ferreira Gullar à sua instalação "Ainda Viva'; segundo ela, poeta desconhece a obra
28/11/2007
LAURA VINCI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A vontade de pôr em discussão a arte contemporânea, vista como uma espécie de aberração por alguns críticos, seguidos por alguns jornalistas, produziu uma curiosa aberração: defensores da arte falam da arte sem ver a arte, e sem nenhum pudor.
No caso, o meu trabalho "Ainda Viva", que ficou exposto na galeria Nara Roesler durante 40 dias, foi criticado pelo jornalista Luciano Trigo em um artigo intitulado "É de fama e dinheiro que se trata a arte?" (Ilustrada em 19/11).
O poeta e crítico Ferreira Gullar, já citado por Trigo, permitiu-se citar a mesma instalação respondendo a uma enquete sobre o tema do "feio" na arte, no jornal "O Estado de São Paulo" de 24 de novembro.
A única coisa que Gullar sabe sobre o trabalho é que nele existem "300 maçãs" expostas ao apodrecimento, o que lhe pareceu suficiente para tecer considerações ácidas sobre a obra e o estado geral da arte.
Imagino então se ele soubesse que não são 300, mas 7.000 maçãs. Se ele visse que mesmo assim, numa dimensão de Ceasa, uma maçã é uma maçã que sempre lembrará Cézanne.
Que postas numa superfície de mármore, que tem a dignidade do altar, da lápide e da tela branca, elas estão ali falando da tradição da natureza-morta na pintura. Que elas apodrecem em conjunto sem perder a beleza e exalando um perfume embriagante. Talvez ele se lembrasse que "natureza-morta" se diz em inglês "still life", vida parada, ou ainda vida. Que isso é uma pergunta sobre o destino da arte, e não uma confusão da arte com o lixo. Talvez ele se lembrasse que é poeta. Que o problema que ele vê na instalação, sem vê-la, é justamente o que ela está problematizando.
Se ele olhasse mais adiante, veria ainda uma coluna de peças de vidro pendendo do teto, e chegando quase até o chão, sem chegar a tocá-lo. Independente do que ele achasse dela, veria que é difícil descrevê-la.
Essas peças estão intactas na linha dos tiros reais que marcam a parede dos fundos, convivendo com a violência real e virtual que está no ar, como uma questão aberta a quem participa da experiência de estar ali.
Talvez Ferreira Gullar se surpreendesse, talvez detestasse ainda mais a arte contemporânea como um todo. Esse não é o ponto. A maior violência contra a arte, seja qual for, é a de achar que se pode falar dela sem ela, fingindo que está falando dela. Ninguém tem o direito de declarar que não gosta do "Poema Sujo", de Gullar, sem lê-lo, porque não gosta, por exemplo, de "arte suja". E de autorizar jornalistas a achar que podem fazê-lo também.
Mas, e se Ferreira Gullar se entusiasmasse e, para surpresa geral, quisesse comprar o trabalho? Aí perceberia que ele é não é facilmente comprável, não por causa de um preço, mas porque não se insere com facilidade, pela sua natureza, no mercado do qual faz parte.
Ao contrário do que sugere o título do artigo publicado pela Folha.
________________________________________
LAURA VINCI é artista plástica

YouTube didático

.. YouTube .. — uma seleção em andamento

ARTISTAS
Frida Kahlo – 3:47
http://www.youtube.com/watch?v=nE-UjfdIGEY&feature=related
Frida Kahlo – 6:59
http://www.youtube.com/watch?v=o6skhQj5ZXc&feature=related
Video Esculturas Pablo Picasso – 3:02
http://www.youtube.com/watch?v=Ag7szgLVIYs&feature=related
The Girl with the Pearl Earring – 1:01
http://www.youtube.com/watch?v=xpe7bI5woME&feature=related
Girl with a Pearl Earring (uma releitura) – 4:31
http://www.youtube.com/watch?v=8-hm1hOVhB8&feature=related
Vik Muniz
http://www.youtube.com/watch?v=X2RDCZcJRJY
http://www.youtube.com/watch?v=t1GFBIjjKB8&feature=related

sábado, 11 de abril de 2009

"sp-arte 2009"


De 14 a 17 de maio de 2009 em São Paulo, confira a feira "sp-arte 2009".
Site:
http://www.sp-arte.com/evento/index.php?

FOTOGRAFIA no MOMA


Exposição FOTOGRAFIA, no MOMA.
Visite!
http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3ADE%3AI%3A4|G%3AHI%3AE%3A1|A%3AHO%3AE%3A1&page_number=1&template_id=6&sort_order=1

Peter Doig


Pintura de Peter Doig
A sua obra consiste, muitas vezes, em paisagens, por vezes, reminiscentes da sua infância e juventude passada no Canadá, e, inspiradas por fotografias, embora sem ser no estilo foto-realista. A sua pintura revela influências de pintores impressionistas, pós-impressionistas e expressionistas, como Claude Monet e Edvard Munch. O trabalho de Doig captura momentos de tranquilidade, que contrastam com os elementos oníricos. O pintor usa invulgares combinações de cores e apresenta cenas de ângulos inesperados, contribuindo para dar à sua obra um sentimento de realismo mágico.

Olhem que máximo essa exposição que a minha amiga Suzi (que está nos Estados Unidos) me enviou. São trabalhos em vidro expostos no Botanical Garden, no Arizona (EUA).

quinta-feira, 9 de abril de 2009


Relações entre jovens, consumo, estética e shopping centers - Celso Vitelli, Capítulo do livro

quarta-feira, 8 de abril de 2009

INTERLOCUÇÕES ENTRE MASCULINIDADES, CORPOS E ARTE

Texto: INTERLOCUÇÕES ENTRE MASCULINIDADES, CORPOS E ARTE. VITELLI, Celso
31ª Reunião Anual da ANPED 2008
GE-01: Educação e Arte

quinta-feira, 26 de março de 2009

http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/865345.html

Peter Doig

David Hockney

O Leitor


O Leitor
VITELLI, Celso. Jovens Universitários e Discursos Sobre Masculinidades Contemporâneas. Porto Alegre, 2008. 204 f. + Anexos. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação, 2008, Porto Alegre, BR-RS.

TESE DE DOUTORADO - RESUMO

Esta tese trata das transformações contemporâneas no conceito de masculinidade, conceito aqui tomado no cotejo com questões relativas a corpo, arte, juventude e mídia. O objetivo principal do estudo foi problematizar os discursos sobre masculinidades jovens e sobre as imagens de corpos masculinos, que vêm sendo construídas em nosso tempo. Para a análise dos dados, colhidos por meio de vinte entrevistas semi-estruturadas (com jovens de 18 a 30 anos, de quatro universidades, duas da rede pública e duas da rede privada, da Grande Porto Alegre, RS), utilizou-se a perspectiva teórica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre outros, autores que permitiram pensar os conceitos de corpo, masculinidades, arte e mídia, em articulação com os depoimentos dos estudantes. Nas entrevistas, foram também utilizadas reproduções de obras de artistas plásticos homens, com imagens relacionadas ao corpo masculino. O estudo aponta para a presença de diferentes masculinidades, constituídas em relação a esse grupo geracional específico. Além disso, revela um cotidiano social no qual as masculinidades dos jovens são interpeladas por um discurso hegemônico, que exerce força sobre a construção de valores sociais e culturais, além de concepções de gênero, produzidos e reproduzidos constantemente na cultura e de modo especial entre os jovens. A análise também permitiu concluir que não existe para esse grupo uma masculinidade sólida e única, que lhes ofereça uma espécie de “garantia” quanto aos modos de ser e existir; pelo contrário, os depoimentos mostram que esse conceito remete a práticas que o caracterizam como plural, negociável e mesmo revogável. Finalmente, a pesquisa permitiu ampliar o universo de informações sobre o público estudado, ao mesmo tempo que apontou para a necessidade de uma revisão mais cuidadosa do ensino de Artes, no nível universitário, de modo especial considerando a produtiva articulação possível, entre temáticas e conceitos relativos a masculinidades, arte, corpo e mídia.

Palavras-chave: Juventude – Masculinidades – Educação – Arte – Corpo - Mídia.
VITELLI, Celso. Estação Adolescência: identidades na estética do consumo. Porto Alegre, 2002. 124 f. + Apêndices. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação, 2002, Porto Alegre, BR-RS.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - RESUMO

Esta dissertação trata das transformações contemporâneas que vêm produzindo diferentes visões de importantes conceitos, dentre os quais destaco os de identidade, cultura, consumo, estética, adolescência e arte. Faz-se a abordagem desses conceitos, relacionados entre si, tendo como centro da discussão o adolescente. O estudo procura trazer o cotidiano adolescente para o centro da cena, valorizando toda ação e fala, como possíveis de investigação da adolescência, considerando a velocidade das mudanças que marcam o tempo e o espaço presentes. Para realizar a análise dos dados colhidos através dos 280 questionários escritos e 6 entrevistas livres com adolescentes de 14 a 18 anos, de classe média e alta, de duas escolas da rede privada de ensino de Porto Alegre, utilizei-me principalmente da perspectiva teórica de Jean Baudrillard, Néstor Canclini e Stuart Ewen. Desta forma, os conceitos de cultura, de cidadania, consumo, estética e arte são abordados, discutidos e revistos no interior das análises dos depoimentos. Dentro de uma abordagem contemporânea, este estudo aponta para a presença das diferentes identidades constituídas em relação a este público específico, e que vêm se alterando e formando conforme o surgimento de novas “tribos”. A investigação revelou um cotidiano social, no qual a adolescência é celebrada em nossa cultura, ao mesmo tempo em que é interpelada por uma sociedade fortemente voltada para o consumo, o que interfere na concepção de valores sociais e culturais, produzidos e reproduzidos constantemente. Estão presentes também, no caminho investigativo desta pesquisa, discussões sobre o ensino de arte na contemporaneidade, tendo como referência principal os depoimentos dos/das adolescentes. Os valores sociais são discutidos sob uma ótica que, direta ou indiretamente, também influencia a formação do jovem adolescente, altera e propõe concepções de gosto, consumo e estética, bem como a valorização do ensino de arte na escola. Tais concepções permitem uma ampla revisão do ensino das Artes Visuais na prática pedagógica do Ensino Fundamental e Médio.

PALAVRAS-CHAVE: Identidade – Cultura – Consumo – Estética – Adolescência - Arte.

Foto de Tim Hetherington

Mais antigo, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain é um outro filme imperdível!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Excelentes filmes em cartaz

Não deixem de ver os filmes:

Quem quer ser um milionário?

O leitor.
O vídeo com as imagens e fala do artista David Hockney é outra dica excelente!

http://www.youtube.com/watch?v=cIfDdW9GKmA
Assista o vídeo de Peter Doig no You Tube, é muito bom.
http://www.youtube.com/watch?v=7XzY3R8bzns

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009




Rompendo com estereótipos

Estereótipo é uma imagem esquemática, simplificada, superficial de alguma coisa ou pessoa. Essa imagem se nutre de generalizações, opiniões de segunda mão e preconceitos, e se produz e se multiplica irreflexivamente. Não penetra na realidade complexa, rica e contraditória. É uma imagem pré-fabricada e empobrecida que existe e persiste graças à nossa falta de confiança em nossa própria capacidade de observação.
Os estereótipos vêm desempenhando no ensino de arte até os dias de hoje, em diversas escolas do nosso país, os papéis de verdadeiras “ervas-daninhas”, usando uma expressão utilizada por Maria Letícia Vianna (1994).
Essas formas fixadas e padronizadas, como a casinha, a árvore com maçãs, o sol com olhinhos, entre outras; organizam um repertório reduzido de formas, as quais chamamos de estereótipos.
O cotidiano escolar, através dos trabalhos feitos com as crianças desde a mais tenra idade, com freqüência nos apresenta essas formas duras em evidência. Elas são fornecidas muitas vezes por meio de “inocentes” ilustrações para “colorir”. Vianna (1994), assinala que, além do mimeógrafo,

[...] temos diversos recursos para reproduzir estereótipos: todos conhecem processos simples de transferência de imagem de um suporte para outro. Atualmente a máquina xerox faz essas reproduções muito melhor e em menos tempo (1994, p.5).

Toda esta facilidade de reprodução, infelizmente, tem contribuído para alimentar o mundo dos estereótipos! No entanto, uma fotocópia ou mesmo a velha folha mimeografada, poderiam ser utilizadas de uma maneira muito positiva em diversos trabalhos de artes. O mimeógrafo, por exemplo, pode ser utilizado para reproduzir os desenhos que são feitos pelas próprias crianças. A fotocópia pode ser elemento chave na construção de um trabalho no qual queira-se usar a repetição de determinadas formas no espaço, colagens, montagens, etc.
Vale lembrar ainda o que nos adverte Lucia Reily (1989), sobre o que ocorre quando a criança recebe modelos gráficos dos adultos:

[...] ela percebe a diferença na qualidade e firmeza de seus traços com relação aos do adulto, bem como a maior complexidade na elaboração dos esquemas gráficos do adulto. Ao fazer essas comparações, ela sente que seu próprio desenho é inadequado e tenta então imitar o outro (Idem, 1989, p.40).

Na mesma linha de pensamento, Susana Rangel Vieira da Cunha (2002, p.10), refere que “é imprescindível que os educadores infantis se dêem conta de que suas representações visuais influem no modo como as crianças produzem sua visualidade”.
É inquestionável que as duas autoras acima citadas possuem preocupações pertinentes. Mas cabe aqui uma ressalva — isso não quer dizer que não podemos, em momento algum, mostrar imagens produzidas por adultos para as crianças! Até porque tais imagens estão muito presentes no seu cotidiano. Devemos, sim, é ter o cuidado de salientar que aquele desenho ou imagem que estamos mostrando, seria uma das diversas possibilidades de representação de uma forma, pessoa ou objeto. Quanto maior for o número de imagens apresentadas - seja ela produzida por um adulto ou criança de mais idade - com diversificada concepção gráfica sobre o mesmo tema, mais estaremos contribuindo para que esta criança perceba muitas possibilidades de representação e, assim, conceba a sua.
Talvez você ainda possa estar se perguntando: - por que, afinal de contas, os estereótipos são imagens tão negativas nos desenhos? Se as crianças parecem gostar de fazê-los, se os(as) professores(as) não vêem mal no uso deles, se as diretoras e supervisoras de escolas os acham bonitinhos, por que não aceitá-los tranqüilamente?
Vianna (1994) afirma que não podemos aceitá-los, porque
[...] como educadores, acreditamos no poder de criatividade das pessoas, na individualidade de cada ser humano, acreditamos na necessidade vital que a criança tem de se expressar; porque somos contra a acomodação e desejamos a transformação (Idem,1994, p.6).

Esta mesma autora nos apresenta a desestereotipização como um processo possível. Para tanto, é necessário pensarmos em exercícios, propostas de trabalho que afastem a possibilidade dos alunos buscarem essas f[ô]rmas. Ela sugere, por exemplo, que façamos uma “seqüência de desenhos sucessivos, com o objetivo de transformar um estereótipo em um não-estereótipo” (1994, p.6).

Pergunto:
(a) Você identifica estereótipos nos desenhos dos seus alunos?
(b) Vamos fazer uma experiência: aplique a atividade proposta a seguir nas suas turmas.
(c) Depois, registre comentários sobre os resultados aqui e em seu portfólio.


Bom trabalho!

Objetivo

Criar personagens, objetos ou cenários , na tentativa de escapar dos diversos estereótipos que costumam aparecer das formas mais variadas nos desenhos das crianças.

Materiais;
- Canetinhas hidrocor, lápis de cor, giz de cera;
- Uma folha de canson ou sulfite A3;
- Cola bastão ou líquida;

Atividade
Os materiais utilizados para esta proposta são simples, mas desafiam a criança a pensar como reunir, agrupar, ajustar e a relacionar diferentes formas para construção de uma ou mais figuras. Essas figuras, que serão construídas, podem ser heróis,meninos, meninas, monstros, carros, naves, árvores... Enfim, é possível explorar as mais diversas maneiras de construir uma figura.

Orientação da atividade, passo a passo:

1)Pegue uma folha de papel canson A3 e rasgue em vários pedaços.
A folha de papel canson ou sulfite A3 pode ser substituída por duas folhas de tamanho A4, ou tamanho ofício, de preferência que sejam folhas de desenho não muito finas.

2)Os tamanhos e formas dos rasgados devem variar de: pequenos, médios e grandes pedaços...
...e, também, em longos, mais arredondados, triangulares, compridos, sem forma definida, etc.

3)Com estes pedaços de papel rasgado, criem animais, pessoas, carros, objetos, etc.
(b) Podem ser personagens estranhos, como monstros, por exemplo...
(c) Tudo que vocês quiserem fazer aqui é possível!

4)Mas não esqueçam! Agora vocês não podem mais rasgar os pedaços de papel, só podem colá-los uns nos outros.


IMPORTANTE!!
(a) Você deve tentar montar de diversas formas as suas figuras com esses pedaços de papéis,
(b) PORTANTO, PENSE BEM ANTES DE COLÁ-LOS!

5)Esta atividade
pode ser feita com crianças a partir dos 8 anos de idade.
Penso que é importante que você faça a atividade antes de usá-la com as crianças. A criança, então, vai procurar formas que possam ser relacionadas a de um braço, de uma perna, de uma aba de chapéu, uma roda, etc., para poder construir as suas figuras. Depois ou ao mesmo tempo em que a criança cola, ela pode complementar seu trabalho com linhas e usar a cor sobre as superfícies rasgadas e agora montadas.

As imagens que ilustram essa atividade foram feitas por crianças. Observe a inexistência de qualquer estereótipo!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Desenho criança em campo de concentração


Monalisa

BEBA MONALISA - Frederico Morais

Diariamente bebem-se 30 milhões de Coca-Cola nos 210 países onde ela é vendida. O Museu do Louvre, em Paris, vende, todo mês, 25 mil postais da Mona Lisa e pelo menos um, em cada grupo de dezoito visitantes, adquire uma reprodução da obra de Leonardo da Vinci. Beber Coca-Cola tornou-se um hábito. Ver a Mona Lisa, uma obrigação de qualquer turista que vai a Paris. Contudo, o tempo gasto diante da Gioconda é quase sempre menor que o de beber uma Coca-Cola. Desde que os museus se transformaram numa extensão do turismo internacional, a experiência estética dos milhares de visitantes se reduz, na maioria das vezes, à compra de um postal.
Parece impossível pensar o mundo de hoje sem Coca-Cola. Mas é possível pensar a história da arte sem a Mona Lisa – a menos interessante entre as chamadas "obras-primas" do pintor renascentista. No entanto, pode-se percorrer uma boa parte da história da arte contemporânea tomando-se apenas aquelas obras em que a Coca-Cola aparece como tema.
A Coca-Cola é um sistema completo. Ela é ao mesmo tempo o maior ícone do consumo e um símbolo do poder econômico dos Estados Unidos. Independente do regime político e da forma de governo, essa invenção norte-americana tem sido consumida, nos cinco continentes, por liberais, comunistas, socialistas, anarquistas ou guerrilheiros da Sierra Maestra, por católicos e protestantes, pretos e brancos, índios e esquimós, pobres ou ricos. Para Andy Warhol, ela é o melhor exemplo da democratização do consumo: "... você está diante da televisão, vê um anúncio da Coca-Cola e sabe que o presidente dos Estados Unidos bebe Coca-Cola, que a Liz Taylor bebe Coca-Cola, que você pode beber uma Coca-Cola. Uma Coca é uma Coca e nenhuma quantidade de dinheiro pode conseguir-lhe uma Coca melhor do que a que o cara da esquina está bebendo". A Coca-Cola é um estilo de vida. É um exemplo de marketing global: junto com a Coca-Cola exportou-se para todo o mundo o "american way of life". O design da garrafa é ergonomicamente perfeito. A Coca-Cola é quase tudo: economia, política, ideologia, história, marketing, publicidade, forma, conteúdo, moda, colecionismo, mito. E, como todo mito, polivalente, contraditório, ambíguo, repleto de segredos e histórias paralelas.
Definida pelo farmacêutico John Pemberton, que a inventou em 1886, como um xarope capaz de curar "todos os males da alma e do corpo", ela foi ganhando com o tempo, no imaginário popular, características de uma verdadeira panacéia, desempenhando funções bem mais prosaicas como, por exemplo, desentupir canos.
Era inevitável, portanto, que a Coca-Cola se tornasse uma das principais referências iconográficas da arte contemporânea, a partir da Pop Art, que, não por acaso, é a principal expressão artística da sociedade de consumo. Rauschenberg, Warhol, Rosenquist, Wesselmann, Segal e Mel Ramos, entre muitos outros artistas, figuraram em seus quadros, esculturas ou instalações o objeto ou o signo Coca-Cola. Se em Warhol a ênfase é posta na repetição exaustiva, relacionando a multiplicação serigráfica à natureza industrial do tema iconográfico, em Mel Ramos, Wesselmann, Charles Frasier e Marisol (artista venezuelana desde muito tempo residindo nos Estados Unidos) há uma regressão à fase oral, a Coca-Cola substituindo o seio materno ou deixando fluir uma forte carga erótica.
No geral, entretanto, os artistas que integraram ou tangenciaram a Pop Art revelam uma certa neutralidade ideológica, ou são, como em Warhol, decididamente afirmativos no tocante aos valores da sociedade norte-americana. Contrariamente a esse comportamento cool dos norte-americanos, temos a postura hot dos latino-americanos. Para artistas como Luis Camnitzer, Antonio Caro, Cildo Meireles ou Nelson Leirner, a Coca-Cola significa, antes de tudo, a expansão do imperialismo norte-americano. No primeiro trabalho da série denominada Inserções em Circuitos Ideológicos, Cildo grava na garrafa o slogan "Yankees go home", devolvendo-a ao consumo, realizando, assim, um trabalho de contra-informação ideológica. Leirner montou um verdadeiro exército com latas de Coca-Cola, Clécio Penedo, numa série de desenhos magnificamente realizados, idealizou uma campanha visando aumentar o consumo do refrigerante nas comunidades indígenas, enfatizando o mesmo caráter regressivo de seus colegas norte-americanos, enquanto Caro, somando o estilo cursivo da grafia da Coca-Cola ao arredondado do nome de seu país natal, fez uma crítica contundente à dominação da Colômbia pelo capital multinacional e, de permeio, aludiu ao papel desagregador do narcotráfico na sociedade colombiana. E se Antonio Manuel substituiu o xarope pela sua urina e Ricardo Ribenboim pelo mercúrio, que é puro veneno, Décio Pignatari compôs, num telegráfico e incisivo poema concreto, o anagrama cloaca.
Afirma-se que apenas duas pessoas conhecem a fórmula do xarope que está na origem da Coca-Cola, o que faz dela um dos segredos mais bem guardados do mundo. Um dos temas recorrentes entre os analistas da Mona Lisa é o enigma do seu sorriso. Mas haveria mesmo um enigma? Segundo as informações disponíveis, trata-se de um retrato de Mona Lisa del Giocondo, executado entre 1502 e 1506, ou entre 1503 e 1505, em Florença. Partindo do pressuposto de que as mulheres grávidas têm um sorriso diferente do habitual, especulou-se sobre a possível gravidez da Gioconda. Mas há quem duvide de que se trate de um modelo feminino: a Mona Lisa poderia ser o retrato de um homem, de um andrógino ou até mesmo um auto-retrato. Gratuidades. Para a arte contemporânea, importa muito mais o gesto de Marcel Duchamp acrescentando barba e bigode à Mona Lisa, no seu famoso readymade de 1919. O artista francês foi um mestre em trocadilhar com as palavras, tencionando, sistematicamente, a relação entre imagem e texto, ou entre a obra e seu título. Não se limitou ao trompe-l’oeil, buscando também o trompe-l’oreille. Augusto de Campos matou a charada. O título enigmático de sua Mona Lisa embigodada, L.H.O.O.Q pode ser lido assim: "Elle a chaud au cul". Ou em bom português: "Ela tem o rabo quente". Vale dizer, Duchamp deslocou o enfoque do sorriso da modelo para o seu bumbum. Barba e bigode seriam então apenas uma forma de desviar nossa atenção do verdadeiro propósito do artista: enfrentar o modelo leonardesco por detrás.
Como se vê, o maior ícone do consumo e um dos maiores ícones da arte universal são iconograficamente reversíveis. Artistas como Andy Warhol e Nelson Leirner abordaram os dois temas em séries simultâneas ou paralelas, sem mudar fundamentalmente o enfoque. Quantidade e indiferença. Jacqueline Kennedy, Marilyn Monroe, Mao-Tsé-tung, Mona Lisa, Coca-Cola, Sopa Campbell, a foice e o martelo, uma cadeira elétrica, um desastre automobilístico, a flor e a vaca, Warhol trata todas essas imagens, inclusive a sua, com a mesma frieza e distanciamento. Ele sabe que na indústria cultural tudo se reduz à condição de mercadoria, tudo é consumido vorazmente, à margem de toda e qualquer hierarquia. O que conta é a quantidade. Como ele diz no título de uma serigrafia na qual repete trinta vezes a imagem da Gioconda: "Thirty are better than one". A tese que subjaz na obra de Warhol é esta: quantidade gera qualidade. À força de repetir-se, o produto torna-se cada vez melhor. Com a ajuda da publicidade, é claro.
Na verdade, em Andy Warhol, mais importante que a obra, ela mesma, é o próprio artista. Como nenhum artista deste século, nem mesmo Dalí, ele soube usar a sociedade do consumo em seu benefício. Transformou-se numa máquina produtiva, fez-se ele mesmo uma griffe valorizadíssima, aproximando-se dos ricos e dos poderosos. Mas isso também fez Leonardo da Vinci, que entre seus muitos afazeres, dos quais a pintura não foi o que mais lhe ocupou o tempo, estava o de cozinhar, organizar festas e inventar passatempos para a nobreza que o protegia.
Ao consumo, pois. Sorria. Divida com a Mona Lisa o prazer de uma Coca-Cola. Drink a coke. Things go better with Coke. Isso é que é.

Celso Vitelli, "Autorretrato em vermelho", 2011.

Celso Vitelli, "Autorretrato em vermelho", 2011.

Celso Vitelli, "Casamentos Pélvicos", 1994, veludo s/papel corrugado

Celso Vitelli, "Casamentos Pélvicos", 1994, veludo s/papel corrugado

Celso Vitelli, "Casamentos Pélvicos", 1994, detalhe

Celso Vitelli, "Casamentos Pélvicos", 1994, detalhe

Celso Vitelli, "Anástrofe", 1994.

Celso Vitelli, "Anástrofe", 1994.

Celso Vitelli, "Expectatu", veludo s/papel corrugado, 1994

Celso Vitelli, "Expectatu", veludo s/papel corrugado, 1994
Foto de Elaine Tedesco

Celso Vitelli, "Bixo", 1993, tecido s/papel corrugado

Celso Vitelli, "Bixo", 1993, tecido s/papel corrugado

Celso Vitelli, "Silêncio", 1992

Celso Vitelli, "Silêncio", 1992

Celso Vitelli, "Siga Nesta", 1997.

Celso Vitelli, "Siga Nesta", 1997.

Celso Vitelli, "Fêmurs e Fíbulas" ,1998

Celso Vitelli, "Fêmurs e Fíbulas" ,1998

Celso Vitelli, "Criação de adão com bolinhas de sabão" (detalhe), tecido e guache s/papel corrugado

Celso Vitelli, "Criação de adão com bolinhas de sabão" (detalhe), tecido e guache s/papel corrugado
1993

Celso Vitelli, "O Golpe", 1993, tecido s/papel corrugado.

Celso Vitelli, "O Golpe", 1993, tecido s/papel corrugado.

Celso Vitelli, "Traição", 1993, tecido s/papel corrugado.

Celso Vitelli, "Traição", 1993, tecido s/papel corrugado.